domingo, 23 de agosto de 2015

Planeta terra chamando!

Hoje eu fiz uma viagem que faria Marcos Pontes sentir inveja e a Sandra Bullock querer meu porco nu.

23 de agosto de 2015, fui tirar minha soneca vespertina de domingo e eis que de repente estou dentro de uma nave sendo a única pessoa desse planeta capaz de consertar algum motor de alguma outra nave que está lá em cima. Dêem um desconto, 90% de um sonho é esquecido nos 5 primeiros minutos e nem todo sonho é rico em detalhes. Eu sei que isso poderia causar desconfiança logo de cara, mas minha mente burra nem ligou pro fato.


Continuemos: O compartimento em que eu me encontrava tinha aparência quadrada e 4 fileiras de assentos, bem semelhantes a de um cinema. Cada fileira continha, aproximadamente, 4 ou 5 colunas, o que dava 16 ou 20 lugares no total. No sonho não tinha tanta gente viajando, mas todas as cadeiras estavam ocupadas. Vá entender.

Bem, ao ouvir de um dos outros engenheiros (sim, parece que eu já era engenheiro) que era para nos sentarmos pois a "equipe de vôo", formadas por astronautas de verdade, iriam conduzir a nave para realizarmos os procedimentos de reparo. Sentei e nesse momento pude escolher qual camisa vestir (sério, qual o sentido disso?). Eu escolhi uma camisa do quartel que eu sirvo, com seus dizeres em azul bem claro, quase impossível de ler.

No momento em que coloquei o cinto de três pontas, senti uma contagem regressiva começar e a nave "descer" um pouco para pegar impulso! (Provavelmente meu subconsciente não faz a mínima idéia de como uma nave decola rumo à estratosfera).

Foto: Simulação

Partiu! O frio na barriga era muito semelhante àquele que sentimos quando se desce uma ladeira em acelerado ou quando o avião faz movimento de descida para o pouso. Porém tinha intensidade muito mais elevada, quase me fazendo devolver o almoço. Inexplicavelmente, 30s depois estávamos no vácuo. O pessoal ao meu redor comemorava, gritando e batendo palmas. Talvez por ter assistido ao lançamento do ônibus espacial Challenger e saber o que poderia ter acontecido.

Passamos por uma luz brilhante intensa e um cara do meu lado, que imaginei ser algum tipo de físico, falou: "Isso é uma super-nova em reação. Quando estivermos no caminho de volta, me lembra de jogar [insira nome de substância que param reações de semi-novas aqui] porque do contrário, a reação vai criar um buraco negro que engolirá tudo ao seu redor. Inclusive a terra."1

Ele falou com tanta naturalidade, que parecia se tratar de um assunto trivial, tal como "Me lembra de comprar biscoito antes de sairmos da feira". Contudo, tal observação não me causou alvoroço, afinal, se o mundo acabasse, ele não poderia pôr a culpa em mim por ter esquecido.

Parece que eu tava no mundo da lua

Continuamos a viagem e nos deparamos com um vórtice semelhante ao que víramos outrora, porém de tons escuros, quase que capturando a vista de quem o olhasse. A nave fez manobra de posicionamento, guinando para a "esquerda"2, pondo-se de proa para o objeto. Lançou determinado elemento, que logo após supus ser "reacionita"3, e ele simplesmente ficou branco como o turbilhão anterior.

Nesse instante, semelhante à reação que tivera momentos atrás, a tripulação comemorou. Ouvi no rádio "Missão cumprida" e algo como "podem fazer o que quiser agora!". Assim, todos tiraram seus cintos e passaram a perambular pela compartimento, inclusive eu.

É claro, começamos a tirar fotos. Era foto pra cá, foto pra lá. Foto de cabeça-para-baixo sem que o cabelo se deixasse sofrer ação da gravidade4. Um misto de alegria e realização.

Eis que de repente, resolvo olhar uma das fotos e me vejo com a cabeça quase calva, com o cabelo cortado semelhante ao de um recruta russo. Aquilo me despertou, pois me lembrava muito bem que não estava com o cabelo tão curto. Minha mente percebeu que aquelas fotos não retratavam a realidade. Então meus pensamentos começaram a se embrulhar e, num impulso, eu acordei.

Acordei triste, mas percebi algo que me fez sorrir: Ironicamente eu havia realizado meu sonho de viajar ao espaço.

Foto: Simulação

Notas:

0- É a nota que este texto merece.
1- Albert Einstein deve estar se contorcendo em seu caixão neste momento
2- Devemos lembrar que no espaço não há a sensação de direção. Não existe "cima" ou "baixo". É um posicionamento sem referência.
3- Tive que dar um nome. Sua composição é I2Mg3Ne e tem a capacidade de reaçálise, ou seja, de parar reações. (Como se isso fizesse sentido algum)
4- Até que isso faz sentido.

PS: Vou chorar sem medo. Vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul.

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